sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Arte - Os Artistas Viajantes





A presença de vários turistas na Pipa é reflexo desta migração estrangeira que pode ser sentidos até hoje na cultura local. Dentre estes muitos estrangeiros, temos ilustres visitantes de vários segmentos da Arte que ainda hoje vem ao nosso país estudar nossa cultura e nossa arte. Misturam-se aos habitantes, aos artistas locais e exploram nossa geografia como pano de fundo para realizar obras que rodam o mundo em varias vertentes: fotografia, literatura, artes plásticas...
Dominique Gartmann, artista plástica natural da Alemanha é um dos exemplos que percorrem o Brasil em busca de si mesmo. É a terceira geração de uma família de artistas e desde criança sentia a necessidade de expressar sua criatividade. "Sempre vi meu pai pintar e ele me deixou experimentar cada meio e material, sempre me encorajando, nunca me criticando". Na juventude estudava arte na Itália e trabalhava em Munique como restauradora de pintura e fotografia.  Sua arte é expressa por variadas técnicas representando a vida, as facetas, perspectivas e momentos perceptíveis ao olhar e ao sentimento. Cresceu ouvindo música brasileira por influência do avô que morava no Rio de Janeiro e desde então alimentou o sonho de vir conhecer o país.  Ao chegar se sentiu acolhida e em casa. Em 2009 perdeu o filho com 19 anos, profundamente deprimida teve a oportunidade de viajar pelo Brasil e desenvolver trabalhos sociais que ajudaram no processo de renovação e aceitação.  “Eu acho o Brasil extremamente bonito e rico de natureza, com um povo muito carismático e acolhedor. E Pipa é um lugar de uma beleza particular, tranquila mesmo sendo muito movimentada, uma mistura de gente do mundo inteiro de varias gerações.” declara Dominique. E do ponto de vista profissional esse encantamento transborda, afirma: “os lugares, as pessoas, a vida turística e cotidiana dos nativos, os encontros interpessoais, a fonte é inesgotável de inspiração!” A diversidade de raças, religiões, tradições e tudo partilhado e respeitado por todos, são manifestados nas paletas de cores fortes e vivas, expressando a alegria, a riqueza, pobreza, o candomblé com seus orixás, formam as imagens nítidas e próprias da artista. Resumindo sua experiência no Brasil, Dominique diz ter encontrado com Deus, principalmente na Floresta Amazônica onde ficava sozinha na maloca do Rio Negro, obteve inimagináveis inspirações onde a possibilidade de viver são infinitas, concluiu que a coisa mais importante da vida é buscar em si mesmo a beleza de viver.

Texto: Suely Gomes

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